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Empresas brasileiras vêem China como destino

Crescimento de 10% ao ano incentiva empresas nacionais a buscar o mercado asiático

Existem em torno de 45 empresas brasileiras estabelecidas na China segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex-brasil). Com base nos dados da Secretaria de Comercio Exterior (Secex), o principal mercado e destino das exportações do Brasil é o asiático, que chega a cerca de 30% de toda a exportação brasileira até maio deste ano. A parcela referente à China até junho foi de US$ 13,5 bilhões, o que equivale a um crescimento de 18,9% comparado com o mesmo período do ano passado. Entre os produtos exportados estão minério de ferro, soja, petróleo, couro e pasta de celulose.

Em 2009 a China passou a ocupar a 1ª posição no ranking mundial dos principais exportadores mesmo depois da participação do país no mercado externo ter caído 16% em relação ao ano anterior, chegando a 9,6% em razão da crise econômica de 2008. A participação do Brasil foi de 1,2%. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a população da China é de 1,3 bilhão de pessoas. O país consome cerca de 40% da produção total, investe 24% e vende 36%. De acordo com o economista Newton Marques, a renda em torno de US$ 3 mil dos chineses não é suficiente para comprar os produtos brasileiros.

“Ninguém tem dúvida de que a China é considerada a segunda maior economia do mundo por conta do crescimento”., diz o economista. “Em geral você tem que produzir bens e serviços para essas pessoas, então você tem que correr.” De acordo com o executivo brasileiro que há quatro anos mora na China Rafael Daher, a presença brasileira na China tem a tendência de crescer desde que a política atual seja feita uma maior abertura ou mantida. Haverá mais presença de empresários, funcionários de multinacionais, estudantes e turistas.

Entre as empresas brasileiras situadas na China estão a companhia Vale do Rio Doce, a Petrobrás e a Embraer, que já é uma subsidiária integral. Segundo Marques, esse termo equivale a como se a Embraer China, sediada em Pequim fosse a própria matriz. “Como se estivesse lá dentro como propriedade chinesa”, explica o economista.

A Embraco tem parceria com a empresa chinesa Snowflake e fabrica compressores para geladeiras na China. “Em geral o chinês só aceita você ir pra lá se você pode fazer uma parceria, geralmente é por join-venture, aventura conjunta.”, afirma o economista. Uma join-venture é uma parceria, ou seja, uma empresa não pode entrar no mercado sem o apoio de outra empresa.

De acordo com Rafael Daher, a cortesia é uma característica marcante no país. As negociações na china acontecem durante reuniões onde é servido chá ou água quente aos convidados. Para o executivo ao aprimorar a compreensão da vasta cultura chinesa a qualidade do convívio e do trabalho aumentam. “É muito importante construir um bom relacionamento com as pessoas e endereçar os assuntos a pessoa chave dentro de uma organização para que as metas sejam cumpridas dentro do prazo determinado”, expõe o empresário.

Através das janelas de onde esteve, o executivo, que já visitou cerca de 15 cidades chinesas, pôde capturar a imagem de Hong Kong onde, segundo ele, o Ocidente encontra-se com o Oriente, constituindo uma cidade moderna e arborizada, com muitas pessoas. E em relação a Pequim, o que chama atenção aos olhos dele são os belos jardins e arranha-céus, além do contraste entre a arquitetura moderna e a tradicional chinesa, paisagens para o tráfego intenso. “Uma bela cidade”, afirma o brasileiro.

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